Especialmente nas Ciências Humanas, a
dificuldade em seguir os critérios científicos
objetivos deriva da necessidade ínsita do
objeto, algumas vezes petrificado pelo mundo
acadêmico, obstaculizando a compreensão da
diversidade e da heterogeneidade em que se
assenta o desenvolvimento nacional.
O
entendimento de uma concepção de cultura
contemplando diversidade e heterogeneidade
culturais, constituí uma ferramenta proveitosa
no estudo da evolução da cultura brasileira,
possibilitando uma concepção de cultura
não excludente, que estimula a
criatividade na diversidade, sobrepondo-se a uma
óptica individualista ou fragmentária da
realidade, sem os véus de posturas intelectuais
que se consideram proprietárias do rigor e das
certezas científicas, radicalizando
arrogantemente posições negativas ao resgate de
manifestações de humanidade, onde o verdadeiro
estudo crítico do homem e de sua obra, penetra a
sonda da análise em todos os escaninhos até
colocar a figura humana na exata perspectiva
de seu tempo e de seu lugar.
Este
breve memento, justifica a atitude comedida nos
propósitos deste espaço, num momento onde a
urgência em descobrir a causa social da atual
transição, revela um mínimo de prudência em
reconhecer a característica primeira do
conhecimento científico como infinito e
ilimitado, característica algumas vezes ignorada
pelos que dedicam parte de suas vidas a
estabelecer fronteiras demarcatórias e
organizadoras da realidade, emperrando a
visualização de uma nova afetividade que permeia
a complexidade contemporânea, onde as relações
sociais fazem emergir uma sociedade que carece
de reordenação a fim de não se tornar estranha
ao homem.
1- A
TRANSIÇÃO CIENTÍFICA CONTEMPORÂNEA
A coragem e o discernimento da conduta
científica que prioriza a investigação,
fundamentam o entendimento das especificidades
ocorridas nas estruturas sociopolíticas
brasileiras, constituindo ponto de partida para
a compreensão e prospecção dos problemas atuais,
quase sempre resultantes do uso inadequado de
recursos para atender interesses individuais,
patenteados no comportamento político agressivo
e na luta por dinheiro e prestígio, que
perpassam muitas instituições.
A
transição científica contemporânea, reflete a
necessidade imperativa de uma prática planejada
da produção do conhecimento coerente com a
revolução tecnológica, e deve considerar a
emergência de uma lógica civilizatória fundada
em novos valores, novos modelos de organização
social, novos padrões de acumulação, e,
concomitantemente, na aglutinação de tensões e
rupturas, transcendendo desta forma o momento de
crise, que dá ao termo mudança, um quê de
imprevisível e indefinido.
A
realidade dessa situação, pode ser observada no
rompimento das estruturas sociais, perceptível
no fim das certezas e das verdades que
orientavam os pensamentos, as ações, e no
esmaecimento dos paradigmas científicos,
especialmente nas Ciências Humanas, que não
conseguem mais explicar ou oferecer alternativas
válidas, diante do esvaziamento desses
paradigmas, apontando para opções
originadas muito mais na prática do que na
construção científica, significando, em geral,
só refletir sobre questões encontradas nas
frustrações das aspirações humanas, expressadas
na contínua perversidade sistêmica que reproduz
a miséria e o amalgamento do indivíduo.
A
revolução tecnológica, relacionada à mudança
na forma de produção e organização do trabalho e
ligada à microeletrônica na comunicação, cria
novas estruturas de relacionamentos com uma
velocidade acentuada pelas redes técnicas,
possibilitando a difusão instantânea da
informação no mundo, encurtando espaços,
anulando o tempo histórico e efetuando uma
aparente globalização de valores culturais que
alteram visões tradicionais e onde a análise do
surgimento de novas questões aos desafios
carreados pelas transformações, recriam o
tradicional e o local priorizando mecanismos que
promovam a mudança da teoria e do método.
A
postura do cientista social contemporâneo, não
pode, entretanto, dispensar as técnicas e
os métodos tradicionais: estes detém as bases
para as definições sócio-históricas quando se
centra considerações necessárias à percepção da
atual realidade nacional e internacional, a fim
de compreender as alterações conjunturais que
conferem às Ciências Humanas a habilidade de ter
da existência uma representação com
equidade.
2 - A
REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
Os
diversos ângulos do conhecimento científico
praticado no país, evidenciam a existência da
grande diversidade de manifestações sócio
culturais, indicando a imensa responsabilidade
do futuro da pesquisa nacional, que ao buscar a
resolução para os problemas, deverá considerar,
sempre, um forte elo entre as pesquisas
pioneiras e as pesquisas contemporâneas.
Essa
realidade justifica plenamente o empenho na
tentativa de fornecer ao Estado Brasileiro uma
parcela ínfima do levantamento informatizado de
seu acervo cultural, traduzindo uma tarefa não
finda, e cujo desempenho, aqui, constituí tão
somente uma verificação en passant da história
cultural, evidenciando o valor do passado
acumulado de seu povo como riqueza e privilégio
que distingue o homem dos animais inferiores.
A
utilização dos benefícios tecnológicos - a
exemplo da substituição parcial dos livros
didáticos pelas redes telecomunicativas -, pode
revelar, prazerosamente, o conhecimento
científico contido nas obras de antigos e atuais
pesquisadores, nacionais e estrangeiros,
demonstrando, simultaneamente, que a tecnologia
pode e deve ter uma função educacional para o
desenvolvimento do país e não somente um meio de
ostentação e de futilidades.
3
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
emulação pela construção da história cultural,
valendo-se deste meio de comunicação, obtém a
autonomia e a liberdade de investigação,
constituintes do instrumento de transformação
indispensável na prática da ciência
contemporânea, viabilizando o processo de
produção do conhecimento através do fluxo de
informações que devem balizar a prática
científica voltada para a resolução de problemas
espaço-temporais definidos e de produção do
conhecimento.
É nesse
contexto que este site lança o convite à pesada
tarefa de refletir e transformar a
realidade atual do Brasil, contando somente com
a vontade e o trabalho de fazer do dever ser uma
realidade onde o homem desponte como objetivo
central, na certeza de que o resultado da
jornada não tem garantia e não pertence à
ninguém, porque é cada momento, um pouco de
todos nós. Como ocorre a qualquer profissional
em determinado momento de sua vida, quando a
necessidade de refletir sobre o seu passado
questionando a validade da própria existência
apresenta a dificuldade de uma resposta
satisfatória, observa-se que através deste
documento - que tenta compreender a realidade -
é dado o privilégio de aprender como os que se
dedicam a investigação podem continuar a burlar
a morte, graças a aquisição e predominância de
uma consciência crítica no entendimento que leva
a colocar a clareza e a sabedoria à serviço das
gerações vindouras, imbuindo-se da convicção de
que a vida representa bem mais do que se tenta
fazer.
Em
TEXTOS BRASILEIROS
, podem ser encontrados trabalhos de
pesquisadores que vêm sendo levantados,
esperando despertar o interesse dos que queiram
se aventurar a colocar seus estudos neste
espaço.
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